ROBERTA GOMES

Fazer da música um instrumento por onde ecoa uma voz que não é apenas sua, mas é coletiva. Vozes de muitas que vieram antes e das que ainda estão para chegar. É assim que vejo "No Caminho do Samba", trabalho de Roberta Gomes.

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Com mais de 20 anos de carreira, a estrada de Roberta é marcada e enriquecida pela diversidade. A experiência de ter pisado em diferentes e variados palcos aparece de forma singular em seu trabalho, onde samba-rock, groove e MPB surgem como elementos que ressaltam sua essência de sambista. Muitos se perdem nesses (des)encontros, Roberta, ao contrário, sempre soube onde está fincada a sua raiz e é a partir dela que cria seus caminhos musicais. Sua música é fruto de uma técnica apurada, mas também é guiada por uma intuição que só aqueles que nascem com a missão de fazer música e levar alegria para as pessoas conhecem. Além de tudo isso, faz bem demais pra alma ver e ouvir Roberta tocando pandeiro. Que cadência!

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Neste trabalho, Roberta destaca principalmente seu lado compositora, com todas as músicas sendo de sua autoria. Portanto, é necessário dizer que as letras de suas canções mostram a força da mulher negra e o cotidiano da nossa gente. Retratam as batalhas de mulheres por respeito e reconhecimento em todos os lugares: na vida, na lida e no samba, nossa trincheira.

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Na letra de "Mulheres no Samba", a cantora reivindica nosso direito ao protagonismo pois, como ela mesma diz, "No samba, mulher vem pra aprender e ensinar... e quer fazer a sua história". Necessário falar também da grande partideira que ela se revela em "Pingo é letra" e das referências à ancestralidade que estão na potência dos tambores e da letra de "Batuque", referência e celebração às pequenas Áfricas que resistem em São Paulo.

 

"No caminho do Samba" coloca Roberta Gomes naquele lugar de destaque onde ficam todas as grandes sambistas que, como diz a própria artista, "inspiram gerações".

 

Gratidão, Roberta!